Tarcivan Tavares tem 28 anos, é natural de Parintins no interior do Amazonas e atualmente reside em Manaus para cursar Odontologia na Universidade Estadual do Amazonas.
O jovem estudante participa do Programa de Superação da Vulnerabilidade Econômica (Supera), protagonizado pela Economia de Comunhão, pelo qual recebe um auxílio para os custos com sua educação e para realizar o sonho de ser um dentista.
“A Economia de Comunhão é uma parceira que caminha comigo em busca desse sonho. Cada centavo dessa ajuda é transformado em um suspiro de esperança para realizá-lo.”
Abaixo, Tarcivan compartilhou conosco o quão desafiador foi deixar o interior em sua condição humilde para ingressar em um curso tradicionalmente caro, consumista e competitivo, mesmo em uma universidade pública.
Foi nesse ambiente de muitos obstáculos que pode colocar em prática uma experiência de comunhão, tão presente em sua história. Vale ler até o final! 

“O curso de Odontologia no Brasil é um curso bastante caro. É preciso ter seus próprios materiais para as atividades práticas e é comum ver alunos desistirem na metade do caminho por falta de recursos para comprá-los. No inicio do período passado, por exemplo, a lista de materiais chegou a quase R$ 7 mil reais.
Foi nessa ocasião que encontrei um amigo que estava triste e muito preocupado, pois as aulas estavam prestes a começar e ele não tinha como comprar os itens. Eu também não estava tão diferente dele, porém estava confiante que algum caminho se abriria.
Na mesma semana, tive contato com uma amiga de longa data, de uma família bem estruturada financeiramente, que também estudava odontologia, e repentinamente me procurou em uma rede social para saber como estava.
Nesse breve bate-papo contei um pouco da minha vida e sobre a tal lista de materiais do período. Sabendo dos custos e da minha dificuldade, ela resolveu doar praticamente todo o seu material que estava sem uso em casa, pois já havia concluído a faculdade. Estimo que a doação foi por volta de R$ 4 mil reais em materiais!
Fiquei muito aliviado, porém no mesmo instante lembrei que eu tinha um amigo que também passava por dificuldades e que eu não podia virar as costas para ele naquele momento.
Quando chegou a caixa com os materiais, confesso que até fiquei tentado a resolver meu problema e esquecer do meu amigo. Mas foi quando me lembrei da Economia de Comunhão. Mais do que ajudar com dinheiro, o projeto me ensinou a compartilhar, a ter um compromisso com a felicidade do meu próximo.
No mesmo dia que a caixa de materiais chegou em casa, chamei aquele amigo, espalhei tudo em cima da mesa e disse a ele: “pode pegar o que você precisar, o que tiver em dobro, um é seu, outro é meu.”
Ele ficou sem acreditar e questionou o que eu estava fazendo. Disse, então, que o que estava ali era fruto de uma comunhão e eu não podia usar sozinho. Juntos, conseguimos fechar praticamente nossa lista de materiais.
E é assim que o Supera me ajuda a olhar com olhos novos meus objetivos e também cada pessoa que está ao meu redor.
O fato de estar cursando uma universidade e buscar um futuro diferente do contexto em que estou – de status financeiro, carro do ano e bens materiais como degraus para a felicidade – devo ao Supera que entrou em minha vida, renovou meus propósitos e me faz pensar no outro de forma justa.
Com o projeto eu consigo ver verdadeiramente que não podemos ser felizes enquanto o irmão ao lado sofre. Com o Supera tenho esperanças e sei que faço parte de uma comunidade que vive por um mundo mais justo e fraterno.”
 
Contribua com o Supera e protagonize histórias de superação como a do Tarcivan.