É comum em dezembro empresas recolherem doações, fazerem visitas a projetos sociais ou campanhas de recolhimento de donativos. O impacto dessas iniciativas é concreto, mas para muitos empreendedores e empreendedoras não é o bastante.
A Economia de Comunhão tem como base da sua cultura econômica a erradicação da pobreza, por isso, para a nossa rede, trabalhar e compartilhar recursos por esse propósito é algo intrínseco e, mais do que um projeto solidário, um verdadeiro estilo de vida e de gestão em constante aperfeiçoamento.
Por isso, se você como empreendedor ou empreendedora sente esse mesmo chamado, mas se sente sozinho(a) e não sabe por onde começar, conheça a seguir o relato de um empresário e de uma empresária que lideram empresas com uma cultura social.
Germán Miguel Jorge é empresário e CEO da DIMACO S.A, empresa de marketing e distribuição por atacado de materiais de construção que está localizada na Argentina, no Entre Ríos e no Paraná.
A DIMACO tem uma relação muito próxima e muito sólida com as comunidades ao entorno de suas sedes e é esse sentimento de pertencimento que impulsiona uma cultura voltada ao social.
A companhia já investiu em projetos como da Petropack, doando recursos para compra de materiais e pagamento de professores em cursos de capacitação de pedreiros; também contribuiu com recursos materiais para a construção de um complexo comunitário esportivo no bairro Mitre, nas proximidades; colaborou com a construção de uma nova cozinha no Centro Social La Casitta Estrella que oferece oficinas de culinária e costura para aumentar a geração de renda; e apenas para citar mais uma iniciativa, também doou recursos para a construção de um espaço adequado para os produtores de mel da região.
Para justificar as iniciativas, German Jorge é enfático. “O importante para nós não é fazer grandes negócios. O importante é tornar esses negócios grandes o suficiente para melhorar o mundo, ajudar muitas pessoas a serem mais felizes, e também nos tornar mais felizes enquanto fazemos isso”.
“Em alguns casos, os funcionários desenvolveram voluntariamente ações fora do horário de trabalho e solicitaram recursos da empresa para realizá-las”, nos conta Jorge. Segundo ele, essas práticas são adotadas desde a concepção da empresa, que nasceu com o desejo de colocar em prática a cultura da EdC e se tornou a própria essência da DIMACO.
Outra empresa que traz em sua cultura o propósito de reduzir a pobreza é a Santa Clara Laboratório Médico. Dora Marques, diretora do Santa Clara, conta que não existiria o laboratório se não fosse um ideal maior de ser um agente de transformação para diminuir as desigualdades que estão ao redor. Desde sua fundação, em 2006, a empresa realiza diferentes exames por custos mais acessíveis e realistas para a comunidade que reside na região de Cotia (SP).
No início da pandemia, em abril de 2020, Marques afirma que o laboratório estava pronto para fechar as portas. “Nosso faturamento chegou a cair mais de 80%. Já havíamos contraído empréstimos consideráveis, antes da pandemia, para sobrevivência mesmo. Mas, apesar disso, continuamos trabalhando e nos aperfeiçoando cientificamente, como podíamos para ajudar neste momento conturbado”. Apesar das dificuldades, hoje é o único laboratório de Cotia a receber a habilitação para o Covid-19 pelo Instituto Adolfo Lutz.
Para ela, a ação das empresas deve começar internamente para evoluir cada vez mais ao externo, à comunidade, aos vulneráveis German complementa que muitas empresas têm programas de Responsabilidade Social, mas ainda não têm a concepção e o conhecimento da força que tem uma vida voltada para o bem comum também nos negócios.
“Acredito que uma abordagem da cultura de doação permite o verdadeiro desenvolvimento da pessoa e da empresa como uma comunidade”.
Olhar para a comunidade ao entorno e se sentir parte dela, além de ter como objetivo do próprio negócio a solução de um problema social são dicas para um bom começo.
Entre em contato com a EdC e saiba mais.