Viver por um mundo mais justo, regenerativo e fraterno é uma escolha diária que encosta em todas as arestas do nosso cotidiano, seja no trabalho, nos estudos, na família, na administração de casa, nos momentos de êxito ou nas dificuldades. 

família Ana Paula e Fernando

Família de Ana Paula e Fernando.


A Economia de Comunhão é um movimento econômico, você já sabe, e por isso impacta diretamente empreendedores, empreendedoras e suas empresas. Mas, a EdC é também um movimento cultural capaz de propor aos cidadãos e cidadãs novas decisões por uma nova economia que começa, sim, dentro de casa, e transborda para as empresas e comunidades ao nosso redor. 
De fato, para Ana Paula Luna e Fernando Andrade, de Recife, viver a cultura da Economia de Comunhão é um assunto de família. “Conscientizamos nossos filhos a não serem consumistas e a observarem a necessidade de cada pessoa que trabalha conosco, que presta algum serviço ou mesmo que precisa de ajuda financeira, pois sentimos que os bens não são apenas nossos e devem ser compartilhados com o próximo”, nos contam.
família Jomery

Família de Jomery.


É também nos pequenos gestos que Jomery Nery, advogado de Maceió, procura reduzir os efeitos provocados pelas desigualdades sociais. “Nas minhas relações pessoais, procuro ter um olhar mais atento aos mais vulneráveis, exercitando o compartilhamento não apenas de bens, mas também dedicando tempo, atenção, etc, e procuro transmitir isso aos meus filhos, ensinando que as necessidades dos outros devem ser uma medida importante para as nossas necessidades também”, acrescenta.
família Fernando Cassiolato

Família de Fernando Cassiolato.


 
Esse olhar atento ao redor e os cuidados com as finanças foram inseridos na vida do jovem pai Fernando Cassiolato desde a infância. “Desde pequeno meus pais me ensinaram e demonstraram a importância do trabalho e controlar as finanças da família. Três fatos me marcaram sobre isso: pedirem para eu anotar meus gastos, dar-me a responsabilidade de escolher alguns produtos quando íamos ao mercado e incentivar que eu doasse parte do que tinha no meu cofrinho a quem necessitasse, o que fazia com frequência”, compartilha conosco.
Cassiolato diz que após o casamento, apesar dos rendimentos baixos, o casal manteve o olhar atento às necessidades de quem estava ao seu redor. “Os anos se passaram, crescemos na vida profissional, vieram três filhos, mas ainda mantemos o mesmo estilo de vida. E junto aos preceitos e propostas da cultura EdC desenvolvemos a cada dia, tanto em família como individualmente, esse olhar atento ao próximo. Por isso procuramos mensalmente fazer a comunhão de bens com quem necessita e contamos frequentemente com ajudas inesperadas”.
A escolha de ser um cidadão ou uma cidadã por uma nova economia, como exemplificado por nossos entrevistados e entrevistadas, é a base da cultura da Economia de Comunhão. 
E é assim que nos exprimimos, inclusive, em nosso manifesto: 
Acreditamos que o mundo não precisa de mais dinheiro. O mundo precisa de pessoas motivadas a dar tudo de si mesmas para que os recursos circulem e cheguem a todos, especialmente àqueles que não tem voz. Que ficam invisíveis.
Acreditamos que a redistribuição de renda começa dentro de nossas casas, por meio de uma nova relação com os nossos bens e com as pessoas. Em nossas comunidades.
Acreditamos que compartilhar nossas vidas, nossos recursos, nosso trabalho, tudo o que temos e somos gera uma pequena e cotidiana revolução cultural. Silenciosa. Uma nova forma de produzir e de trabalhar.
Acreditamos que uma economia fundamentada nas pessoas produz as melhores decisões e as melhores estratégias, pois conta com aquilo que o mundo tem de melhor: a capacidade das pessoas de construir ideias, soluções, de inovar e resolver os problemas mais desafiadores.
Acreditamos na comunhão. E acreditamos na Economia de Comunhão porque ela acontece todos os dias nas nossas vidas e em milhares de empresas espalhadas pelo mundo.