Enquanto o mundo caminha para novas demandas, a sua empresa ainda está focada essencialmente no lucro? 
O início de 2020 foi marcado por um documento histórico, mas infelizmente pouco divulgado. Às vésperas do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, a mais alta cúpula de personalidades públicas e do mercado financeiro apresentou ao mundo o tradicional Relatório de Riscos Globais. E pela primeira vez, desde 1971, a questão ambiental foi a base dos cinco maiores riscos: desastres ambientais e naturais, falha no combate às mudanças climáticas, eventos climáticos extremos e perda da biodiversidade. Ameaças diretas e indiretas ao equilíbrio das comunidades e da economia.

Fonte: World Economic Forum


Agora, durante a pandemia e com o isolamento social, vimos, também infelizmente, uma diversidade de países, incluindo o Brasil, adotar posturas de ataque aos diretos humanos. Por aqui, restrição e falta de transparência no acesso à informação, na Índia, as leis trabalhistas sob ataque, nos Estados Unidos, a condenação de protestos e incitação à violência, na China, a proibição no compartilhamento de informações por parte dos profissionais de saúde.
Diante desse cenário pré e pós-pandemia, nossas empresas são convidadas a repensar suas atuações por um futuro diferente. Afinal, se o lucro já não deveria ser a principal métrica de nossas empresas antes, agora, diante de tais ameaças, mais ainda.
Incluir metas de bem-estar social e ambientais ao planejamento da empresa deixou de ser apenas uma ação de Recursos Humanos ou Marketing. É preciso repensar a cultura organizacional e nosso relacionamento com a cadeia de fornecedores, clientes e comunidades locais.
Trabalhar nessa direção significa atender às novas demandas de um mercado de consumidores cada dia mais informado e consciente, manter o equilíbrio financeiro do país e do mundo, garantir o fornecimento dos serviços ambientais tão essenciais ao funcionamento das empresas (basta citar a água), engajar funcionários e garantir que tenham plena sintonia com os propósitos da empresa transformando-os em verdadeiros colaboradores do negócio, apenas para citar alguns dos benefícios.
O apelo é endossado por lideranças de instituições respeitadas.
“Caso contrário, veremos apenas resultados negativos para as pessoas e para nossas economias. Reconstruir economias com menos direitos humanos e trabalhistas significará ambientes operacionais piores para as empresas. Os mercados permanecerão instáveis. Os trabalhadores permanecerão em condições inseguras ou não remuneradas. Os sistemas legislativos serão enfraquecidos pela falta de mecanismos de prestação de contas e pelo aumento do risco de corrupção”, alertou Sharan Burrow, vice-presidente da The B Team
E ainda.
“Há uma pressão crescente nas empresas de investidores, reguladores, clientes e funcionários para demonstrar sua resiliência à crescente volatilidade climática. Os avanços científicos significam que os riscos climáticos agora podem ser modelados com maior precisão e incorporados ao gerenciamento de riscos e aos planos de negócios. Eventos de alto nível, como incêndios florestais recentes na Austrália e na Califórnia, estão pressionando as empresas a tomar medidas contra os riscos climáticos em um momento em que também enfrentam maiores desafios geopolíticos e de riscos cibernéticos”, comentou John Drzik, Chairman of Marsh & McLennan Insights, sobre o Relatório de Riscos Globais.
Por essas e tantas outras razões, o lucro não deve mais ser a principal métrica de uma empresa. Também é preciso medir nossas ações sociais, ambientais e nossos bens relacionais na mesma proporção.
Nosso pensamento deve ser global, afinal, o coronavírus está aí para nos mostrar o quanto somos interligados.
Há quase 30 anos, a Economia de Comunhão trabalha e não mede esforços para divulgar e engajar empresários em uma cultura centrada no ser humano e na redução da pobreza com projetos que valorizam o desenvolvimento sustentável, no Brasil e no mundo. Junto a nós, também estão Sistema B, The B Team, Artemisia, dentre outros.
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