Apesar da crise sanitária imposta pela Covid-19, o programa de superação de vulnerabilidade econômica arrecadou em 2020 cerca de 8% a mais em comparação ao ano anterior.
Para as milhares de famílias em situação de vulnerabilidade econômica, a pandemia da Covid-19 teve um impacto ainda maior em 2020. Apesar das dificuldades, o SUPERA – Programa de Superação de Vulnerabilidade Econômica, através da campanha Comunhão e Ação, arrecadou R$ 377.878,65 durante o ano, cerca de 8% a mais do que em 2019.
A Comunhão e Ação acontece todos os anos e mobiliza diversas pessoas e empresas em todo o Brasil. Trata-se de uma campanha que institucionalizou a prática da comunhão de bens e a tornou acessível a todos que desejam colaborar na redução da pobreza.
Com os recursos dessa comunhão, o SUPERA realiza projetos que atuam nos eixos de necessidades básicas, saúde, habitação e educação.
Em 2020, mesmo sendo um ano tão desafiador, o SUPERA apoiou um total de 110 projetos, alguns durante todo o ano e outros por alguns meses. Alguns participantes, inclusive, procuraram o programa para dizer que não precisavam da ajuda naquele momento. Uma das participantes, por exemplo, escreveu que recebia ajuda para transporte da casa para faculdade, mas como estava sem aulas presenciais disse à coordenação que destinasse os recursos para alguém que precisasse mais.
“Eu poderia pensar que seria um valor para mim, uma reserva para qualquer emergência, porém eu via que para outros poderia ser tudo, poderia ser o valor para comprar alimentos. Fiquei contente em fazer isso e ver o dinheiro circular para ajudar outros”, relata a participante.
Foi por meio desse contato especial que o projeto pôde multiplicar suas ações.
Sempre presente
“Em um dado momento, comecei a fazer ligações para saber como os participantes estavam neste tempo difícil e ouvia que algumas pessoas se sentiam solitárias e temerosas com relação à pandemia. Então, tivemos a ideia de fazer uma reunião com todos os participantes, com o desejo de estar mais próximos de cada um, com momentos de formação, de muito diálogo, partilha de experiências e de sonhos! E tivemos resultados muito positivos”, conta Célia.
Segundo ela, durante os diálogos e nos relatos, os participantes estavam felizes e agradeciam a oportunidade de conhecer os outros que fazem parte do programa, de conhecer mais a Economia de Comunhão vendo a importância de redobrar ainda mais o zelo pelos recursos.
“Gratidão por todas as trocas e afetos, fiquei muito feliz em poder conhecer alguns dessa família grande!”
“Escutei aquele empresário falar da fidelidade de contribuir com o Supera, mesmo nas situações difíceis. Da mesma forma eu quero ser fiel na administração deste recurso que recebo porque ele é fruto de uma comunhão não só financeira, mas da vida daquele empresário. Obrigada!
Comunhão que gera comunhão
O SUPERA está inserido dentro de um ecossistema, um movimento econômico que visa afrontar a situação da pobreza. Isso através de uma mudança cultural, do resgate do amor-próprio e da potencialização de capacidade e riquezas, para que a pessoa em vulnerabilidade consiga superar sua situação. “A finalidade é criar uma cadeia de superação, onde um ajuda o outro a superar suas dificuldades. Nós ajudamos uma pessoa e ela retribui ao próximo”, salienta a responsável.
Em meio à pandemia, para contribuir com o SUPERA, Rodrigo Apolinário, da rede de EdC, ofereceu algumas vagas nos cursos que administrava sobre Planejamento de Carreira e Oratória para os participantes se capacitarem.
Para a coordenadora, foi um ano que aumentou também a criatividade da comunhão.
Lia Marques, empresária e dona de uma loja online de moda íntima pelo Instagram, por exemplo, teve a ideia de fazer uma “Black Friday Solidária”: 10% dos lucros seriam doados para o SUPERA. Ela apresentou o projeto para as seguidoras e foi um sucesso de vendas. Uma delas gostou tanto do projeto que perguntou se podia fazer a doação sem comprar nada.
“A partir dessas experiências pudemos experimentar, mais uma vez, o poder da comunhão, que transforma a vida de muitos e que comprova que todos podem fazer parte desta rede de fraternidade”, complementa Célia.